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Imigração nos EUA pode aumentar a produtividade, melhorar o PIB e reduzir o déficit, diz estudo

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Relatório do Gabinete de Orçamento do Congresso mostra que a chegada de mais imigrantes nos próximos 10 anos pode ser bem absorvida pela economia americana, e mesmo os nativos podem desfrutar de melhoras no longo prazo.
Um estudo do Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO, sigla em inglês para “Congressional Budget Office”) projetou efeitos majoritariamente positivos para a economia dos Estados Unidos com o aumento da imigração no país.
O relatório “Efeitos do Aumento da Imigração no Orçamento Federal e na Economia” elencou as possíveis mudanças no Produto Interno Bruto (PIB), inflação, juros e Orçamento dos EUA, considerando que o fluxo de imigrantes extrapola antigas projeções feitas por economistas do país.
O CBO montou dois cenários:
No primeiro, a imigração mantém a tendência de anos passados, com chegada média de 200 mil estrangeiros ao ano.
No segundo, projeta uma aceleração do fluxo imigratório, para cerca de 1,7 milhão de estrangeiros ao ano.
A diferença entre os cenários resulta em um saldo final de 8,7 milhões de pessoas a mais entre 2021 e 2026.
Para comparar os reflexos econômicos da imigração, o CBO estuda os efeitos dos dois fluxos de entrada de estrangeiros entre os anos de 2024 e 2034. São ajustadas as influências nas receitas federais, nos gastos obrigatórios e nos juros da dívida.
A primeira conclusão: o aumento na imigração eleva tanto as receitas federais, como os gastos obrigatórios e os juros da dívida. Entre efeitos diretos e indiretos, isso reduz os déficits em US$ 900 bilhões entre 2024 e 2034.
“Alguns dos efeitos no orçamento resultam do aumento no número de pessoas pagando impostos e recebendo benefícios federais. Outros decorrem das mudanças na economia, incluindo o aumento nas taxas de juros e na produtividade dos demais trabalhadores que não fazem parte da amostra”, diz o relatório.
Segundo o CBO, as receitas federais podem crescer em US$ 1,2 trilhão entre 2024 e 2034. O aumento se daria por impostos sobre a renda e as contribuições para a seguridade social pagos pelos imigrantes. Também se projeta um aumento da atividade econômica e, assim, das receitas tributárias.
Já o aumento de despesa viria de gastos com programas federais de suporte e com juros da dívida. Ainda que boa parte dos imigrantes não seja elegível imediatamente para programas sociais, a tendência é que a proporção aumente ao longo do tempo. Na mesma janela de 10 anos, seriam adicionados US$ 300 bilhões em despesas.
“Os gastos anuais com certos programas obrigatórios aumentam com o tempo à medida que mais imigrantes na população e seus filhos nascidos nos Estados Unidos recebem benefícios”, diz o CBO.

Nas projeções, cerca de 2 milhões de crianças devem nascer de famílias de imigrantes nos EUA entre 2021 e 2034. Com isso, a população total do país em 2034 teria 10 milhões de pessoas a mais do que o visto no cenário sem a chegada de estrangeiros.
“Os gastos com juros da dívida do governo aumentam, principalmente, devido às taxas de juros mais altas resultantes do aumento na imigração. No total, os gastos projetados em 2034 são elevados em US$ 50 bilhões devido ao aumento.”
O CBO não projeta elevação nos gastos que não são obrigatórios (chamados discricionários), porque entende que o governo federal teria a opção de criar novos programas ou realocar verbas para o atendimento de imigrantes. Mas essas seriam decisões políticas dos governos que viriam.
Por isso, o CBO reforça que há um grau de incerteza no estudo sobre os efeitos orçamentários. “Grande parte dessa incerteza [...] é inerente à previsão [correta] de resultados econômicos e orçamentários.”