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Pesquisa mostra que o Brasil tem mais confiança na IA do que os Estados Unidos

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Os resultados apontam que os entrevistados do sul global, como Brasil, Índia, Nigéria, África do Sul e países do Oriente Médio, foram mais otimistas do que os entrevistados de mercados mais avançados do norte global

Na coluna desta semana, Glauco Arbix comenta o resultado da pesquisa de uma organização americana chamada IA At Work sobre mudanças no mercado de trabalho. O estudo recolheu informações de 31 países, inclusive do Brasil, a partir de entrevistas com mais de 30 mil funcionários das 500 maiores empresas que fazem parte da lista da revista Forbes e cruzou os resultados com milhares de informações do Linkedln e do Office. Os números finais mostraram que 75% dos funcionários entrevistados – aqueles que realizam atividades cognitivas – já usam a inteligência artificial (IA) no seu cotidiano. Entre estes, 90% disseram que a IA poupa o tempo, 85% que estimula a sua criatividade e 83% declararam que com a IA passaram até a ter mais gosto pelo trabalho.

O professor comenta, ainda, que há dez anos as três maiores e mais valorizadas características por quem trabalhava era ser reconhecido e manter um bom relacionamento com colegas no trabalho, alcançar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e ter um bom relacionamento com a chefia. No entanto, a pesquisa atual revelou que a segurança no emprego passou a ocupar o primeiro lugar, o equilíbrio entre trabalho e emprego o segundo e, em terceiro lugar, ficou a satisfação financeira.

Arbix explica que, pelo menos por essa pesquisa, ao mesmo tempo em que a IA é percebida como oportunidade de aprendizagem e ascensão para uma maior compensação financeira, também gera ansiedade; 5% declararam que seu emprego deixaria de existir em pouco tempo, 21% que emprego estaria se transformando – e ele não saberia como se adaptar -, e para 50% muitas de suas atividades estariam mudando tão rapidamente que ele não sabia como acelerar a sua requalificação.

Houve diferenças de percepção, de acordo com a região que se situam as empresas. O resultado mostra que os entrevistados do sul global – Brasil, Índia, Nigéria, África do Sul e países do Oriente Médio – foram mais otimistas do que os entrevistados do norte global. No Brasil a confiança na IA alcançou 52% contra 34% nos Estados Unidos e 27% no Japão, o que mostra que, no sul global, em que a IA é mais frágil, os trabalhadores têm muito mais confiança do que no norte global.