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Dólar despenca em resposta ao relatório de emprego dos EUA

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O dólar foi negociado em nível baixo pelo segundo dia consecutivo mês passado, devido à forte queda no mercado cambial doméstico, acompanhando os movimentos das moedas estrangeiras. A Reserva Federal reduziu ainda mais as taxas de juro este ano, depois do relatório de abril sobre o emprego na América do Norte ter sido mais fraco do que o esperado, dando aos ativos de risco mais espaço para subir.

Assim como, na quinta-feira, o real foi o que mais subiu entre as moedas emergentes e os principais exportadores de commodities, em um movimento de recuperação técnica após quedas recentes. Operadores relatam que as posições defensivas cambiais no setor futuro poderão ser reduzidas e investidores estrangeiros poderão entrar na bolsa de valores brasileira. Além de uma alta específica e muito limitada nos primeiros negócios, ao atingir o pico de R$ 5,1174, a moeda continuou caindo à medida que a sessão avançava. Em linha com as movimentações dos títulos públicos, atingiu a mínima de 5,0454 reais pela manhã. Ao final do dia, o dólar à vista caiu 0,84%, fechando a R$ 5,0698, o menor valor desde 9 de abril.

O dólar caiu 2,36% nas duas primeiras sessões de maio, após subir 3,53% em abril. O economista André Gajardo, assessor econômico da Remessa Online, explica que os valores salariais e salariais abaixo do esperado são o principal motivo da nova desvalorização da moeda americana. Ele ressalta que hoje o dólar chegou até ao limite inferior de sua faixa e estima que o câmbio desta sexta fique entre 5,05 e 5,15 reais. “Dependendo dos resultados dos indicadores divulgados na próxima semana, como as taxas de juros brasileiras e a inflação brasileira e norte-americana, a volatilidade da moeda norte-americana poderá diminuir”, diz ele.

Existe a possibilidade de o Banco Central anunciar na próxima semana que reduzirá o ritmo de redução da taxa Selic para 0,25 ponto percentual, o que teoricamente poderia ser vantajoso para o real ao propor a manutenção da diferença entre o mercado interno e externo taxas de juro continuam atrativas para certos investidores.


DÓLARES E FOLHAS DE PAGAMENTO

Esta manhã, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que a economia dos EUA criou 175.000 empregos em abril, abaixo da previsão mediana (225.000). A taxa de desemprego também aumentou de 3,8% para 3,9% e deverá permanecer a mesma. As taxas de crescimento salarial também foram inferiores ao esperado.
Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brazil Wealth Management, disse que as estatísticas divulgadas nesta sexta-feira “essencialmente inviabilizam o mercado”, ao mostrar que “uma desaceleração no mercado de trabalho dos EUA” está em andamento. Observou que um abrandamento na criação de emprego no sector dos serviços também sugere um declínio nas pressões inflacionistas. “Este é, em meses, o primeiro relatório de criação de emprego a ficar aquém das expectativas, com reflexos numa inflação mais baixa ao consumidor, por isso é necessária cautela”, afirmou.

Na quarta-feira, o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, rejeitou a possibilidade de um aumento das taxas, que uma minoria no mercado tinha começado a defender, e disse que um corte na taxa de juro diretora provavelmente não ocorreria este ano. O monitoramento do CME Group descobriu que a probabilidade de o Federal Reserve cortar as taxas de juros em setembro aumentou de pouco mais de 50% na quinta-feira para pouco mais de 70% nesta sexta-feira, o que certamente impactará o desempenho do dólar.