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Medicina dos EUA: O que os médicos brasileiros devem saber?

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Ao explorar oportunidades de carreira na área da saúde fora do Brasil, os Estados Unidos emergem como um dos destinos de viagem mais promissores. Existem várias razões para esta notoriedade. Primeiro, as perspectivas para os médicos continuam muito positivas. De acordo com estimativas recentes da American Hospital Association (AHA), poderá haver uma escassez de aproximadamente 124.000 trabalhadores qualificados nos Estados Unidos até 2033.

Além disso, a desigualdade salarial também é um ponto importante. Segundo dados da plataforma Glassdoor, o salário médio dos brasileiros é de 30 mil reais, enquanto o salário médio mensal dos norte-americanos é de US$ 32.177, ou cerca de 160 mil reais. Esta desigualdade torna-se ainda mais evidente quando se considera o poder de compra do dólar, as baixas taxas de juro e o acesso das crianças a uma educação pública abrangente e de alta qualidade. Este é um alívio significativo considerando as altas mensalidades cobradas pelas melhores escolas do Brasil.

Nos Estados Unidos, os médicos estão entre os 5% mais ricos da população, o que lhes confere uma segurança financeira única e até os torna elegíveis para empréstimos imobiliários sem entrada. Este poder de compra estende-se a outros produtos, uma vez que as evidências mostram que nos EUA, pontuações de crédito mais elevadas (que avaliam o histórico de pagamentos de uma pessoa) significam taxas de juro mais baixas em muitos tipos de empréstimos.

Considerando o cenário de recente turbulência econômica e política no Brasil, há uma demanda crescente pela verificação de diplomas pelo USMLE (United States Medical Licensing Examination). As recentes mudanças na lei do Tennessee, que entraram oficialmente em vigor em maio deste ano, causaram entusiasmo entre especialistas e profissionais médicos. Espera-se que as mudanças introduzidas simplifiquem bastante o processo para médicos estrangeiros que desejam exercer a profissão em território dos EUA. Anteriormente, esses profissionais eram obrigados a completar de três a sete anos de prática médica nos Estados Unidos, apesar de toda a sua formação e experiência.

A nova lei substitui este requisito pela necessidade de aprovação num exame rigoroso e elimina a obrigação de repetição da formação específica. No entanto, apesar da sua flexibilidade, o sistema ainda se encontra em fase de adaptação e permanece alguma incerteza quanto à efetiva implementação destas regras, que entrarão em vigor a partir de agora.

Para se qualificar como médico, você não precisa repetir seu treinamento médico nos Estados Unidos, mas precisa de um período de supervisão de dois anos antes de poder ser liberado para exercer a prática em tempo integral no Tennessee. A obtenção do Green Card pode ser uma opção promissora para os médicos especialistas brasileiros, e o processo pode ser concluído de forma independente com o auxílio de um advogado. Esta nova perspectiva surge num momento em que os EUA enfrentam uma grave escassez de médicos e há otimismo de que o modelo será expandido para outros estados se se revelar eficaz.

Esse cenário representa uma luz no fim do túnel para os médicos brasileiros, que agora podem ter um caminho mais acessível para validar seus conhecimentos e habilidades e exercer a medicina nos Estados Unidos. As especialidades mais abertas a médicos formados fora dos Estados Unidos e as mais procuradas nos Estados Unidos são medicina interna, pediatria, medicina familiar, neurologia e patologia. Também é relativamente comum brasileiros irem aos Estados Unidos para trabalhar em cirurgia geral ou anestesiologia, embora a concorrência seja alta.

Vale ressaltar também que existe um roteiro para profissionais que pretendem ir ao país estudar sua especialidade. Este é um programa chamado Clinical Fellowship. Em algumas especialidades, como a radiologia, os especialistas podem reconhecer o seu diploma e você poderá continuar este trabalho e obter um certificado nesta área sem ter que se submeter novamente a uma formação especializada. No entanto, seguir a carreira de médico nos Estados Unidos apresenta desafios. Além dos requisitos de certificação e licenciamento, os expatriados também devem lidar com a adaptação a um ambiente de saúde repleto de diferentes políticas e regulamentos. Isso requer conhecimento fluente de inglês e compreensão da terminologia técnica. Portanto, os Estados Unidos abrigam uma população diversificada e multicultural, tornando a consideração da diversidade regional e linguística uma questão importante.