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Cultura de trabalho nos Estados Unidos é melhor ou pior que no Brasil? Veja diferenças

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Entenda o que muda entre as culturas de trabalho dos EUA e do Brasil e como algumas práticas americanas estão começando a ganhar espaço nas empresas nacionais

Os Estados Unidos são o terceiro destino mais procurado por brasileiros que desejam estudar e trabalhar em outros países, segundo um estudo da Belta (Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio) divulgado em abril deste ano. Mas quais diferenças culturais no ambiente de trabalho esses brasileiros encontram lá?

Embora algumas práticas dos EUA já influenciem empresas no Brasil, ainda existem grandes diferenças culturais na forma como o trabalho é organizado e valorizado em cada país.

Pontualidade e respeito a horários
Nos EUA, a pontualidade é altamente valorizada, e os horários são rigidamente respeitados. "As reuniões começam e terminam no horário estabelecido. Não há atrasos nem aquela ideia de estender a reunião por mais meia hora ou uma hora. Isso simplesmente não acontece," conta a consultora executiva de carreira Andrea Trench, especialista em carreira e marca pessoal.

Objetividade e pragmatismo
Trench também destaca a objetividade dos profissionais norte-americanos. "Colegas de trabalho são apenas colegas de trabalho; interagem para obter resultados. Fora isso, não há envolvimento", afirma. Nos EUA, o foco no pragmatismo e na entrega dos resultados pode parecer frio para brasileiros, que tendem a cultivar relações mais pessoais no ambiente corporativo. "O modelo comportamental dos EUA é mais focado nas habilidades do candidato e evita perguntas pessoais ou relacionadas ao salário, algo ainda comum no Brasil."

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional
O equilíbrio entre vida pessoal e profissional também é uma marca da cultura de trabalho norte-americana. De acordo com Trench, nos EUA "o expediente termina às 17h. E, às 17h, todo mundo vai embora. Eles preferem começar mais cedo e não almoçar para sair às 16h ou 17h em ponto." Enquanto no Brasil, a cultura do "banco de horas" e as horas extras são comuns, nos Estados Unidos, a prioridade é manter uma clara separação entre o trabalho e a vida pessoal.

Competitividade e carreira
Outra diferença fundamental entre as duas culturas é o foco no desempenho individual. "Nos Estados Unidos, se você entrega as suas metas de performance, provavelmente terá um crescimento mais acelerado. O reconhecimento profissional é mais rápido, desde que você tenha desempenho," afirma Trench. Lá, a meritocracia é um item importante no crescimento profissional, enquanto no Brasil o crescimento muitas vezes depende de uma combinação de desempenho, tempo de casa e networking.

Valorização do empreendedorismo
O empreendedorismo é uma via de mobilidade social amplamente valorizada nos EUA. Cavalheiro explica que o mercado americano oferece mais oportunidades para quem busca a independência profissional. "Nos Estados Unidos, o empreendedorismo é visto como uma forma de mobilidade social, enquanto no Brasil o modelo CLT ainda é visto como mais seguro."

Feedback direto e assertivo
Por fim, uma das principais diferenças notadas por Trench é a forma como o feedback é dado nos Estados Unidos: mais direcionado e assertivo. Essa assertividade, embora eficaz, pode causar desconforto em profissionais brasileiros, que estão acostumados a um estilo de comunicação mais brando.