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Nunca tivemos um treinador estrangeiro na seleção. É uma boa ideia?

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Vicente Feola, técnico campeão mundial de 1958, é um dos heróis desconhecidos do futebol brasileiro. Ele acompanhava o que estava acontecendo no mundo onde o futebol era jogado. Era apenas treinador e supervisor do São Paulo Futebol Clube, e disse ao clube que Béla Guttmann, o Guardiola da época, era um nômade e que se lhe fizessem um convite e prometessem os recursos necessários, o húngaro do Honvéd de Budapeste, o maior time da época, aceitaria imediatamente. Béla Guttmann defendia a sua mais recente invenção no futebol, o sistema 4-2-4.

O São Paulo convidou Béla, o húngaro aceitou, e implementou o 4-2-4 no time e seleção paulista. Logo Feola seria convidado a ser o técnico da seleção brasileira, com Garrincha, Pelé, Nilton Santos, Didi, Zito, Vavá, Zagallo e outras estrelas. Derrotaram tudo que apareceu em seu caminho.

Hoje, quase todo brasileiro sabe que que nossos treinadores são em maioria ex-jogadores que não tiraram tempo para estudar. E só começam a se atualizar quando finalizam a vida desportiva, um pouco tarde demais. Perdemos em casa, em 2014, por 7x1. Continuamos a perder tempo e Copas do Mundo, com os sermões chatos do Tite, e se não inventarmos um nova Béla Guttmann, que entenda de estratégia e outras formas de explorar nossos melhores jogadores, perderemos outras Copas.
Assim que vestem a camisa da seleção brasileira, as estrelas do Real Madrid, Manchester, Bayern, Milan e outras potências esquecem imediatamente tudo o que foram treinados na Europa e se tornam jogadores burocráticos. Agora está na moda falar em linhas. Linha alta e baixa. A seleção brasileira, comandada pelo jovem Fernando Diniz, ousou perder para o Uruguai, comandada pelo competente argentino Loco Bielsa. Sem sequer um chute a gol, e duas bolas da equipe celeste foram para a rede. Fazemos péssima campanha nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

O futebol brasileiro precisa simplesmente redescobrir e emular sua história. Não foi possível por enquanto trazer Ancelotti, um treinador super competente e atualizado, com Champions no currículo. Vamos de Dorival Junior para o restante das Eliminatórias. Quase 70 anos depois, é necessária outra sacudida no futebol brasileiro?