Aumento de casos no Brasil pode criar mutação resistente a vacinas
Oportunidade & Ajuda 2021-03-17 No Comments

Na última semana, o Brasil se tornou o epicentro da pandemia de covid-19 no mundo. Agora especialistas e pesquisadores temem que a alta taxa de infecção da doença e os baixos índices de vacinação transformem o país em uma espécie de criadouro de novas variantes. Essas mutações poderiam ser resistentes, inclusive, às vacinas já aplicadas por aqui.
Para o virologista e pesquisador do Laboratório de Virologia, do Instituto de Medicina Tropical, da Faculdade de Medicina da USP (IMT/FMUSP), José Eduardo Levi, a situação que merece atenção é o surgimento de mutações a partir da cepa amazônica. “Se a taxa de infecção for mantida com 80 mil novos infectados por dia, sendo 80% dos casos da P.1 (como é chamada a variante brasileira), pelo menos em São Paulo e Santa Catarina onde já produzimos dados, a chance do vírus surgido no Amazonas virar outra coisa é muito alta”, diz o biólogo.
A aumento do número de casos e o surgimento de mutações preocupam ainda mais quando comparados ao baixo número de vacinados. “O que mais me preocupa é que uma parte da população foi vacinada, mas não completou as duas doses. A situação de semi-imunidade é ótima para o vírus desenvolver mutação, que pode ter uma resposta imune aos imunizantes aplicados aqui”, alerta Levi.
No Brasil, os imunizantes usados são a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, e a Oxford, feita pela Fiocruz. Ambas são eficazes contra a cepa do Amazonas.
O médico Guilherme Furtado, líder da infectologia do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo, lembra que a mutação brasileira apresenta escape ao sistema imunológico e as reinfecções são uma realidade que também contribuem para o quase colapso da saúde. “A maior transmissibilidade da mutação do Amazonas e a possibilidade de reinfecção, que vemos com tanta frequência nos pacientes internados, está lotando os hospitais”, afirma o infectologista.
De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), referentes à primeira semana de março, o mundo apresentou uma queda de 6% de mortes, 60 mil mortos ao todo; já o Brasil, ao contrário, teve um aumento de 23%, 9,9 mil óbitos no período. Foram 500 mil novos casos aqui, 21 mil a mais que os Estados Unidos, segundo na lista.
Leia a matéria completa em: Aumento de casos no Brasil pode criar mutação resistente a vacinas – R7
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